quarta-feira, 27 de agosto de 2014

coisas (boas) que me roubam tempo

No meu caso, em particular, o único malefício da internet, é a quantidade de minutos que poderia ( e às vezes estou) estar "envolvida" com ela. É um tempo inerte, a nível motor, mas pode ser um tempo absolutamente bem empregue e sedutor, na medida em que tomo conhecimento de coisas, de pessoas, de vidas, que entraram num ápice e muito dificilmente sairão do meu mundo de referências.
O instagram é o meu mais recente vício. Ali encontro fotografias abismais, quer seja pelo cenário em si, quer seja pela técnica, quer seja pelo filtro, ou, seja até pela sua simplicidade, tão pura e ao mesmo tempo,tão irresistível. Essas fotografias que me conquistam de forma espontânea, muitas vezes levam-me a "entrar" de certa maneira, no mundo de quem está por detrás da câmara de quem as tira.
E senhores, que vidas bonitas.
Não são as vidas de estrelato e ostentação, as que falo, porque nessas,pouco ou nada há que me interesse.
As pessoas que me apaixonam, são as que por sua vez transparecem ser apaixonadas pela vida simples e terrena, que encontram e desfrutam da felicidade nas mais pequenas coisas, e da mais pequena coisa, parecem fazer uma obra de arte.
Como eu amo pessoas assim.
Hoje o instagram (lá está!) levou-me ao mundo de mais uma pessoa assim e daí, ao blogue, foi um ligeiro passo.
Apaixonei-me por este mundo . Vão lá ver e se forem como eu, apaixonam-se também.






 
all photo credits belongs to Michelle, from www.danceypantsdisco.com

terça-feira, 26 de agosto de 2014

aprendizagem ou auto-controlo




Absolute Beginners , David Bowie

ou uma das minhas preferidas, de todos os tempos.


Quando em pequena ouvia os mais velhos a queixarem-se de que a vida era sempre a correr, não estava de acordo com eles. Claro que eu na altura, do alto da ingenuidade característica de criança, considerava que o tempo que a vida nos dava, chegava e sobrava para tudo, por vezes até se tinha de pensar no que fazer para o ocupar.
Saudades dessa inconsciência infantil.
Agora compreendo com todas as letras, com todos os poros, a razão desse queixume adulto, que sempre foi uma eterna consumição para os que me rodeavam. E ainda o é, só que agora também eu sou um deles e  faço igualmente parte desse chorinho.
Tenho um defeito terrível, que é o "síndrome da impaciência, causado pelo tempo perdido", ou seja, se estiver mais do que 5 minutos numa fila de caixa de supermercado, multibanco, ou algo do género, começo literalmente com um nervoso miudinho que me consome desde a ponta dos dedos dos pés, até à cabeça. Se nesses minutos que estiver à espera, puder aproveitar o meu tão precioso e escasso tempo, como por exemplo a sacar do livro que tenho na mala, ou a pensar em mil e uma coisas que tenho/quero fazer, já não tomarei esse tempo de espera tão perdido assim...o problema é quando sou tão somente consumida por essa sensação de insuportabilidade nevrálgica e não há leitura ou pensamento que a dissipe.
Estamos sempre a aprender. Era eu essa tal criança que tinha o tempo do mundo nas minhas mãos e tanto aprendi nessa altura, sou agora a adulta que não vai nunca fechar as portas à aprendizagem das mais pequenas coisas, que o dia a dia nos traz.
Aprender a gerir o tempo é uma delas; aprender a controlar a minha impaciência é outra; aprender a manusear os mecanismos da calma,idem.
E todos todos todos os dias há algo novo para aprender e, porque não até, nos deslumbrar com.
A prova de fogo é ter um filho, como já aqui o referi várias vezes. E é essa a prioridade absoluta, senão é melhor não os ter, os filhos.
Como tal, estando a prioridade tratada, o resto pode esperar.

Porque a criança de há  anos atrás, que se vangloriava do tanto que fazia do tempo que era muito e só seu, continua "cá dentro" a querer que seja feita a sua vontade. Com toda a paciência, arte, gestão ou perícia que isso possa envolver.



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

in my solitude



Não vou abordar aqui temas esotéricos, cada um acredita no que acredita e desde que não saiam feridas quaisquer susceptibilidades, há que respeitar as crenças de cada um.
Isto para dizer que, esta nossa casa emana uma boa energia que eu consigo sentir a "olho nu".
Não sei bem como explicar. É mais pequena, mas extremamente acolhedora, porque para mim, a importância não está na quantidade de metros quadrados que tem, mas sim num factor talvez denominado "alma" ou "essência", que no seu todo dá nisto: uma energia mesmo boa.
E eu senti isso desde a primeira vez que entrei dentro dela, ainda a minha essência não tinha feito parceria com a sua.
E como eu faço da minha casa,o meu recreio, por vezes basta-me só eu e ela para que saia revigorada.

Cumplicidade é isto.    










quinta-feira, 7 de agosto de 2014

das palavras difíceis


sou uma pessoa de palavra e de palavras.
gosto de me manter fiel a elas, às palavras, principalmente aquelas por mim proferidas.
no entanto há uma palavra que raramente pronuncio, porque tem uma carga demasiado forte, determinante e fatalista:
Adeus, é a palavra.
mesmo quando estive perante situações, ao longo da minha vida, que evidenciavam um adeus inevitável, não fui capaz de a dizer. Não sou capaz de a dizer.
talvez mais facilmente me desfaça em lágrimas, do que dizer adeus.
desde miúda que não lido bem com os fatalismos, não posso com atitudes profeticamente fatalistas que transcendem o simples pessimismo e até no vocabulário corrente (como é o caso de dizer adeus) não consigo visualizar.
contudo, considero adeus uma palavra bonita. tal como saudade.

prefiro não querer saber delas, nem de uma, nem de outra, beleza à parte.
este assunto remete-me sempre para uma amiga minha, que independentemente de nos vermos no dia a seguir, como 5 meses depois, despede-se sempre com um sorriso e um grande até já , não importa o quão longa é a extensão do .
o adeus é quase tão intrínseco à vida, como o próprio respirar.
não quero saber.
prefiro inspirar devagar e centrar-me no agora e na filosofia do até já.