sábado, 25 de outubro de 2014

it's my party

não vou aborrecer os olhos de ninguém, com mais palavras azedas relativas ao cansaço e coisas que tais.
até a mim já me cansa esse cansaço.
mas deixem-me só ( e a propósito do mesmo) fazer aqui um pequeno alinhavo:
quando começou o mês de Outubro, pensei "jááááá"???!!!" . Sim, "já".
, porque ainda ontem estava eu a cantar e a fazer efusivos brindes ao novo ano de 2014 que acabava de começar ... e estamos a dois passos da mesma festividade (Dezembro já se avista) ; , porque esta sucessão de correrias que compõem o dia a dia, aparentam programarem-se contra a minha vontade, e assumem um turbo pujante que nos levam de Janeiro a Dezembro "num tirinho" ; , porque Outubro é mais um aniversário da minha pessoa e se durante toda a minha vida vibrava com isto, agora, digamos que não me apetece muito (podemos se faz favor voltar a Maio,por exemplo, e estagnar aí um bocadinho...?? siim??)
e não me apetece porque: se não caminhamos em direcção à juventude eterna, então ao passar a barreira dos 35 surge um alerta, uma sensação estranha de socorro-os-40-aproximam-se  .
e lá está, não me apetece.
e como não me estava a apetecer , a minha ideia inicial seria pura e simplesmente, zarpar daqui para fora, nós,o small gang cá de casa, sem ter trabalho nenhum acrescido, apenas descansar um bocado,sorrir, tirar muitas fotografias e ser servida.
mas depois vieram as vozes conselheiras, que aliadas a um brainstorming consciencioso, me fizeram ver que há coisas pelas quais vale a pena sempre o esforço.
portanto, distante já da vontade que me levava a festejar o meu aniversário a la casamento cigano, quero manter a tradição de abrir a porta da minha casa, a meia dúzia de miúdas que já tomam esta noite de convívio praticamente como certa, ano após ano.
provavelmente aos 58 ainda terei ainda vontade de o fazer, no fundo eu sei que não haverá cansaço que se sobreponha a isso.
e depois, aí sim, zarpamos.




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

a maior parte das horas são estúpidas

quando me ocorre contabilizar (hipoteticamente, claro) o número de horas que: passo em filas de trânsito, em filas de supermercado, em espera numa sala com uma senha na mão ( atenta ao visor numérico, como se a persistência do meu olhar agilizasse a sequência dos números), ao telefone, a ouvir as 4 estações de Vivaldi, até que finalmente te atendam do outro lado da linha e concluas que afinal tens de falar com outra pessoa e te vejas de novo a ouvir uma outra sinfonia.............................................................................................................................e etc etc etc
penso assim:

ok. a maior parte das horas são estúpidas.

e quando assim penso, é porque sou eu, no meu pior; é porque sou eu de paciência acabada, esgotada, completamente aniquilada.
há dias, muitos deles até consecutivos, em que eu sou assim, desde as seis horas da manhã, até às horas, sejam elas quais forem, em que me deito.
e acreditem que não há pessoa a quem eu enerve mais, quando estou assim, do que eu mesma.
porque eu mesma não tolero gente constantemente queixosa, desgostosa, impaciente e intolerante.
e aí eu preciso do antídoto.
e os antídotos são como as pessoas: variam.
o meu eu sei qual é. é o meu Santo Graal. é o fim do arco íris.
mas vou lá chegar.

enquanto isso, e lembrando-me inevitavelmente das palavras do fantástico Oscar Wilde, que dizia qualquer coisa como
 adoro os pequenos prazeres: são o imediato refúgio dos problemas complexos
vou olhando à minha volta e vou tentando perceber de onde posso espremer os limões que a vida me vai dando. 




terça-feira, 7 de outubro de 2014

para onde vão os guarda-chuvas



 
escrever sobre guarda-chuvas, num dia como o de hoje, é calçar uma luva na perfeição.
um dos livros que mais me marcou e com toda a certeza, nunca o irei esquecer, é sem dúvida o "Para onde vão os guarda-chuvas", do Afonso Cruz, em que a sublime simplicidade da linguagem e da própria narrativa, seduz o leitor, perante a tirania de um Islão cruel.
o texto é por si só, um pedaço agridoce absolutamente delicioso, onde não há contos de fadas e a dura realidade é trocada "em miúdos".
há várias passagens do livro que ficam para a vida e por isso, fiz questão de as anotar à parte, para que,sempre que me apeteça, as recorde.
uma dessas inúmeras passagens é esta. fiquem com ela, anotem-na e alimentem-se dela sempre.

Os dias que compõem a nossa vida, são gerados dentro de nós, como uma gravidez.
Quando desejamos alguma coisa que está fora do presente, ou seja, quando desejamos o futuro, isso faz nascer o embrião do dia seguinte...e esse dia vai crescendo dentro de nós, alimentado pelas recordações e pelo desejo de viver. Umas quantas horas depois, esse dia nasce.
E o mesmo sucederá com todos os dias que nos farão velhos, até chegar a altura em que nós, gastos, sem desejo, nos esqueceremos de desejar o futuro e o dia seguinte morrerá dentro da nossa barriga.

e em dia de chuva e de folga, cuja noite se auspicia ainda melhor, a banda sonora é esta, provavelmente a melhor de todos os tempos, de um dos meus filmes de sempre :










quarta-feira, 1 de outubro de 2014

há coisas um bocadinho dificeís de definir

Se eu não tivesse uma pequena família a meu cargo, se não tivesse uma filha, contas para pagar e todos os custos/responsabilidades que isso implica, sem dúvida alguma que eu seria pessoa para mandar tudo às batatas e ir para longe. Já fiz isso uma vez, mas lá está, as circunstâncias eram outras.
A nível laboral, não queria ter ordenado chorudo, usar roupas impecavelmente caras ou que me fosse oferecida uma grande bomba de 4 rodas a meus préstimos.
Só queria ser muito feliz naquilo que fazia.
Só.

portanto, tendo em conta a minha paixão por livros e bibliotecas bonitas, muito provavelmente,( se eu não tivesse uma pequena família a meu cargo, se não tivesse uma filha, contas para pagar e todos os custos/responsabilidades que isso implica) eu dava uma fugida até Paris e tentava a sorte a trabalhar aqui:







     
*imagens via google

porque só de olhar para isto, as pupilas dos meus olhos rejubilam felicidade.