quinta-feira, 19 de março de 2015

esta que eu sou

Esta que eu sou, por vezes não está cá
não se cataloga
não se questiona
não julga, nem admite julgamentos
não sabe se alguma vez perderá o rasto do que não quer, do obsoleto, do desinteressante.
Interessa-me o genuíno e o genuíno que me interessa, nem sempre é tangível, nem sempre é real.
Esta que eu sou, por vezes parte para longe, levando consigo a dádiva das coisas importantes.
Há dias em que vivo num mundo de palavras, palavras vivas em mim,
que
não
dormem.
E eu não durmo, nem vivo sem elas.

Esta que sou eu está aqui.

domingo, 8 de março de 2015

sem vergonhas






hoje é o dia da mulher, embora já saibamos de antemão, que à parte datas institucionalizadas, todos os dias são sempre dias de tudo aquilo que é importante na vida.
porque todos os dias são viáveis de serem comemorados, em prol do que ou de quem merece essa comemoração.
esta data e a sua origem remonta a muitos anos atrás, a uma história verídica de mulheres, a qual vale a pena ser conhecida por toda a gente. Se ainda não a conhecem, just google it.  
hoje comemora-se o dia da mulher enquanto ser humano digno de direitos e de respeito; enquanto mãe que não negligencia o tacto e o trato em doses robustas àqueles que trouxe ao mundo; enquanto indivíduo que busca a realização pessoal e profissional; enquanto Ser-Tentativa de tudo poder , numa luta desgarrada contra o tempo que a desafia e lhe quer mostrar a ela, mulher, que contra o tempo nada se pode fazer.
vem mesmo a propósito de tudo isto o livro que acabei de ler.
a Ana só é diferente de tantas outras mulheres, no facto de ter tido a coragem de verbalizar o que muitas não conseguem sequer admitir em monólogos interiores.
não é vergonha nenhuma aceitar que o epíteto de super mulher não existe, que as fraquezas caem sobre nós quando menos se espera, que há momentos em que carregar no botão off seria a condição mais viável.
a todas as mulheres, digo-vos para lerem este livro escrito à laia de diário, cujos textos encarnam socos no estômago, de uma realidade crua à qual por vezes não se crê ser possível fugir.
ponha o dedo no ar, aquela que no final não se tenha identificado pelo menos com uma passagem destes textos escritos pela Ana.

de resto, só quero fazer um grande brinde às digníssimas mulheres deste mundo.

Cheers

domingo, 1 de março de 2015

dizem que o céu é o limite

Há momentos em que, inexplicavelmente, tudo se simplifica.
Há momentos em que, sem saber muito bem como, nem porquê, os níveis de serotonina disparam e os neurónios comunicam entre si numa espécie de dança assertivamente sincronizada.
É um estranho sentimento que, embora não revele nada de novo, me traz um apaziguamento geral, qual descoberta do santo graal de tudo aquilo que é claro e descaradamente óbvio.
Não sei se isto costuma acontecer a vós, que me seguem nestas linhas, mas caso aconteça, por muito escassas vezes que sejam, só tenho uma coisa a dizer:
 vão por aí.
Porque estou muito certa, pela experiência que tenho, que esta estirpe de momentos que revelam uma bizarra clarividência, só nos podem querer imenso bem.
Posto isto, há que desamarrar os nós, agarrarmo-nos ao essencial e seguir em frente, mesmo que os passos em frente não sejam sinónimo de vitórias.
Tal como disse um dos meus grandes mentores da escrita, Vergílio Ferreira,
 tentar provar o futuro, é muito mais interessante do que poder conhecê-lo; não é o "ganhar", mas sim o "poder ganhar" que é importante. Porque nenhuma vitória se ganha, se se não puder perder. 

e como a vida é feita de tudo o que é bom e mau, de vitórias e de derrotas, de doce e amargo, de risos e lágrimas, de passado e de presente, eu vou por aí, por onde os meus níveis altos de contentamento me ditam caminho, de forma a fazer o meu futuro.