quarta-feira, 7 de outubro de 2015

a supremacia do dom

às vezes ouço pessoas a dizerem-me que tenho dom para isto ou aquilo.
fico contente, claro, agradeço, mas questiono-me de mim para mim, sobre toda a complexidade que o substantivo abarca. Que não se confunda com o "ter-se jeito para", porque a meu ver, ter-se jeito é uma coisa e ter um dom será outra : o que as distingue é a grandiosidade dos efeitos que provocam.

quando o resultado daquilo que é feito, me transmite essa exímia sensação de grandiosidade, aí eu admito que estou perante alguém que tem um dom.
isto tudo para dizer que: há uns tempos atrás, encontrei a estrutura de uma cadeira no lixo. Bastante maltratada, mas ainda assim deixava antever o quão bonita foi, numa juventude em que ainda era cadeira útil e atraente.
tenho jeito para conseguir ver, além daquilo que os meus olhos me transmitem.
e ainda bem.
tal como ainda bem que existem pessoas que conseguem dar excelentes segundas oportunidades de vida, àquilo que outros não souberam dar o merecido valor.
não tenho fotografias do antes, mas acreditem que era muito mau.
agora o que me interessa é aproveitar o depois. E o depois, lá está, transmite-me a tal grandiosidade que só os dons conseguem transmitir.






 o dom de transformar o lixo de uns, nos tesouros de outros.
Por isso, deixo aqui a dica, pessoas de Lisboa, arredores ( e não só), se querem ver mobiliário antigo a ganhar uma nova vida, é este o sítio, as mãos, a delicadeza e, lá está, o dom. 




      

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