domingo, 29 de novembro de 2015

good company




um destes dias em conversa com uma amiga, esta falava-me sobre a sensível questão que é sabermo-nos proteger, dizendo que afastava obrigatoriamente aquilo que lhe fazia mal.
mas a sensibilidade e ambiguidade da questão é de tal forma imensa, que por vezes as coisas não serão assim tão lineares.
porque há coisas e pessoas que fazem de tal forma parte das nossas vidas, seja por laços familiares, seja por necessidade material, seja por dependência emocional que, apesar de ser visível o grau de incómodo que nos trazem, cortar radicalmente com isto poderia tornar-se quiçá, ainda mais prejudicial.
não sei.
o que eu sei é que, a forma mais inteligente de nos sabermos proteger, não será obrigatoriamente o afastarmo-nos de tudo aquilo/quem nos prejudica, mas rodearmo-nos todos os dias daquilo que nos faz tremendamente bem.
pode ser ler um livro. pode ser escrever um livro. pode ser telefonar a alguém amigo. pode ser ir ver as montras. pode ser pôr a música alta e dançar no meio da sala, como se fôssemos rebeldes sem causa numa louca festa revivalista. pode ser ir passear o cão. pode ser dormir com os gatos em cima, de forma a não te poderes mexer. pode ser comer sushi. ou uma feijoada. pode ser acabar o dia no sofá a ver um grande filme e adormecer até babar. 
pode ser qualquer coisa, desde que te alimente o espírito.
e simultaneamente (last, but not the least), esta boa guarnição espiritual é grande auxiliadora das causas justas:
 dá-nos o arcaboiço necessário e indispensável para saber lidar com os "atropelos" dados por aquilo e quem não nos fará tão bem assim.
fácil não é,
mas é de pasmar o grau de dificuldade para o qual a determinação humana está formatada para conseguir superar.
e muitas vezes consegue-se, sabem...?

2 comentários:

  1. Essa tomada de atitude obriga a uma grande maturidade e capacidade de agarrar as rédeas da vida, das decisões e das suas consequências. A maioria das pessoas hoje não se responsabiliza por nada. Tudo o que acontece na sua vida é sempre culpa de alguém e não do próprio. Victimizar-se é muito mais simples do que decidir agarrar o boi pelos cornos.

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    1. é verdade...! e é impresssionante a quantidade de pessoas que se queixam, por tudo e por nada.Faço por me afastar o mais possível de energias deste tipo...

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