segunda-feira, 2 de novembro de 2015

separação do trigo e do joio com aniversário à mistura

a última semana foi aquela que albergou o penúltimo dia de Outubro, vulgo, o dia do meu aniversário.
como já é tradição, na véspera mantive a celebração feminina da praxe e de facto, posso dizer que para além da tradição ainda ser o que era, está ainda melhor.
não sei se é da idade estar mais apurada, das prioridades que se (re)definem, do sentido de humor mais rebuscado, da serenidade que se instala imperativamente, ou...provavelmente será por tudo isto ao mesmo tempo e outros ingredientes mais.
seja como for, o factor principal está lá sempre, que é um mais do que razoável nível de confiança, respeito e amizade.
este ano corrente tem sido difícil, mas simultaneamente tem sido pródigo em mostrar-me aquilo e quem realmente interessa na minha vida, porque as amizades não se medem pelos cálices de vinho que temos na mão, nem pelas conversas anedóticas que se contam entre garfadas partilhadas à mesa. Também os tive, desses tais amigos que só o eram pelo bom da coisa. Não estou interessada em tê-los mais. Tal como não estou interessada em ser bombardeada pelo que me faz mal. Pelo que me faz pesar culpas que não são minhas. Pelo que me faz descer, em vez de subir.
e não sei se será particularmente por ter acabado de fazer uma idade com um 9 , que é o meu número companheiro de vida, mas o que é certo é que cheguei definitivamente a um momento de ponderações que implicam ascensão, e não declínio.
uma dessas resoluções trata-se do sábio manuseamento do não. Sempre tive sérias dificuldades em dizê-lo, agi muitas vezes em prol de um sim que me prejudicava, só para não ferir susceptibilidades.
mas o problema é que as susceptibilidades ferem-se na mesma. E a maior ferida é a de quem quebra e diz sim, quando deveria dizer não.
o maior problema da vida é mergulhar de cabeça e começares a ver que a água que cobre o fundo não será suficiente para te amparar a queda. Nesses milésimos de segundo que te restam até bateres lá em baixo e veres o fim, só tens três alternativas:

*fechas os olhos e deixas-te ir
*visualizas em flashes a tua memory lane 
*convertes o teu corpo numa série de acrobacias comandadas pelo teu engenho e cabeça, de forma a escapares-te daquele fim iminente

e eu quero fazer da terceira hipótese, sempre a única opção.
portanto, esta conversa toda vem a propósito das amizades, que foram por si só, um ponto alto do meu último ano.
reunir pessoas à mesa, sem que haja um rastilho concreto de amizade que as una, pouco significado tem para mim.
e posso dizer que no meu mergulho de cabeça, estas pessoas que se sentaram à minha mesa de aniversário, têm sido autênticas acrobacias de salvação da minha pessoa. É que às vezes também precisamos dos outros, para conseguirmos chegar até nós.

um grande brinde à amizade e a tudo aquilo que verdadeiramente faz sentido...! 


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