terça-feira, 1 de novembro de 2016

so far, so good



está tudo bem.
há interregnos que por vezes acontecem sem que para isso existam explicações lógicas.
andei a escrever outras coisas, noutros sítios; andei a fazer muita coisa nos sítios de sempre e em novos sítios também.
não é parar que me sustem, já o referi aqui algumas vezes e neste mês de novembro, aqui este recanto de palavras completa cinco anos. Mais velha estou eu, que no passado domingo vi o tempo a retrair-se em sessenta minutos e a conceder-me mais um ano.
mas está tudo bem. Confesso que tive alguns picos  a roçar o melancólico e a estranhar a velocidade estupidamente alucinante da vida, que de criança feliz entretida com banda-desenhada, lança-me à vertigem dos quarenta anos.
a questão cómica é que ninguém acredita.

e cá para nós, também eu não. :)

sempre revelei um deliberado desprezo pelos algarismos e obviamente que não seria agora o momento ideal para lhes dar valor.

fiz os quarenta, estive feliz, fiz uma festa, esteve um dia de autêntico verão, e continuo feliz, sem uma réstea de calamidade em torno da idade.

como tal, está tudo bem, sim senhor.



  
créditos fotográficos do Vitorino Coragem

sexta-feira, 15 de julho de 2016

que raio de dias são estes ?



já lá vai o tempo,
em que os dias se faziam quase ao som de uma poesia pastoral, salvo o pânico das doenças, o horror de uma guerra, o fanatismo antissemita de um louco nazi.
o problema não é o louco- maestro que rege a orquestra. O problema é a quantidade monstruosa de súbditos assassinos, um número maldito, ávido de morte e destruição, com alvos maioritariamente escolhidos ao acaso.
já lá vai o tempo em que os dias não eram balas, e a vida, ainda assim, estava ela longe de ser uma roleta-russa.
já lá vai o tempo em que os prenúncios de morte chegavam montados em cenários tenebrosos, e toda a gente sabia para o que vinham.
hoje, os prenúncios de morte já não existem, porque a morte chega, acontece e decapita, em cenários genuínos de festejo e alegria.
já não há prenúncios, apenas a ameaça iminente de que o dia que se segue, pode muito bem ser a bala da nossa roleta .

como se já não fôssemos donos de nada.

mas os loucos, esses, continuarão a existir.


#eunãosouNice
#nemsouParis
#nemsouBruxelas
#nemsouBangladesh

#souporummundopobreemviolência

e lamento,sempre, muito, seja em que parte do mundo for.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

dar conta do recado

tenho andado mais "arredada", mas somente por bons motivos.
felizmente há muita coisa boa a acontecer, mas, lá está, as coisas não se reproduzem por si, é necessário trabalho, dedicação, vontade, e tempo, uma boa parcela de tempo investido.
noutro dia alguém me perguntava se eu conseguia dar conta do recado.
pois consigo. claro que sim. tenho um papel tão doce, quanto exigente e absolutamente imperativo, que é o de mãe e quanto a isso é impossível descurar seja o que for.
depois, tenho a óbvia consciência que felizmente possuo um trabalho que mais não é do que o meio para atingir o fim do mês, traduzindo-se em independência financeira.
aliás, tudo aquilo que se traduza em independência, é quanto a mim, digníssimo de ser valorizado.
e depois.
depois vem o ócio, o lazer, os afectos para quem nos ama, o trabalho individual, o querer ir mais longe.
já o referi aqui por diversas vezes: a minha paixão mais primária é ler e escrever.
estar envolta em silêncio, como neste preciso momento, e fazer das coisas que mais gosto, vai mais além do que o simples conseguir dar conta do recado, no meio do cardápio (felizmente) recheado que é a minha vida.
no início do ano, fui gentilmente convidada para escrever um texto para a Flanzine, uma revista cultural, que engloba uma série de criações a nível de escrita, fotografia e ilustração, tudo isto em torno de um determinado tema, e na qual têm contribuído nomes grandes do panorama cultural português e não só.
este último número foi uma bonita homenagem a Bowie, o resultado final é excelente e o lançamento aconteceu no passado dia 18 de Junho, na Barraca, em Lisboa.
é um orgulho, claro.
e a certeza de que dar conta do recado, é mais do que desenrascar : é basicamente um lema de vida e não há como ser ou agir de outra forma.









quarta-feira, 8 de junho de 2016

da liberdade


                                                    Constelação, Sónia Balacó



por vezes o corpo pede à cabeça, essa máquina dominadora da razão, para abrandar, para quebrar
a sofreguidão desenfreada com que respiro a vida.
mas o corpo, por vezes exausto, ainda assim não consegue sucumbir por completo ao ócio e fazer dele um reino absoluto.
terei tempo para parar, quando um dia for prisioneira no meu próprio corpo e sucumbir à deterioração dos sentidos.
a liberdade não assoma à janela e se senta no sofá da sala, de braços cruzados.
a liberdade confunde-se no sangue que circula nas veias e insurge-se contra o delírio da resignação e do conformismo e eu tenho em mim essa liberdade autêntica, que se renova ciclicamente.
já fiz muito, mas ainda farei mais, porque já se sabe,como a luta não se faz da espera, terei sempre de ir eu.

sábado, 16 de abril de 2016

não é a forma, é o conteúdo



ainda sobre casas.
há dias fui ver uma outra casa estupidamente bonita,  daquelas onde se entra, cai o queixo e andamos os dias que se seguem à procura dele.
mas depois eu penso: então e se tirarmos à casa, a decoração estupidamente fantástica que me embriaga as medidas do regalo à vista, e a puséssemos a nu, ou então com uma indumentária fria, feia, daquelas que repelem...? continuaria ainda assim a ser fantástica, essa mesma casa ?
a resposta pode ser sim e não.
porque há espaços que rogam a clemência do trato e do reparo e é uma pena não lhes ser dado o merecido valor, porque a arquitectura só por si é bela; ou porque há espaços que ninguém daria nada por eles, mas basta vesti-los bem, e toda a história muda de figura.
eu já fui protagonista nestes dois reversos da mesma história e aquilo que eu concluo, é basicamente isto: o conteúdo, senhores. É tudo uma questão de conteúdo. E isto aplica-se basicamente a tudo, universalmente e transversalmente falando.
a capacidade de atribuir uma personalidade ou alma, a um espaço é, a meu ver, uma arte, mais sensível do que aquilo que se possa pensar.
já o fiz algumas vezes na vida e posso dizer que é das coisas que me dá mais prazer, apesar de toda a envergadura chata que uma mudança de casa implica. Faz-me francamente feliz abrir a porta da minha casa a alguém que me conheça minimamente, ao ponto de me dizer que a minha casa é a minha cara . 
é revelador de que de facto os conteúdos que me revelam, andam em concordância.
e eu, em concordância com eles.

*seguem-se pequenos detalhes da minha casa, detalhes esses que farão sempre parte do conteúdo do espaço que habito - seja este, ou sejam outros.




























quarta-feira, 6 de abril de 2016

estado puro



podia ter saído de um daqueles blogues fantásticos de decoração, mas não.
e felizmente para mim e para o regalo dos meus olhos, digo que esta fotografia, tal como as outras que se seguem, fui eu que as tirei, testemunhando assim, na primeira pessoa, o deleite que o universo da arquitectura e da decoração, me dá.
como se isso não fosse suficiente, trata-se da nova morada de uma grande amiga, e como amiga que sou, testemunhei-lhe com imenso prazer, a felicidade que lhe vestia o rosto.
gosto de ver pessoas felizes.
gosto de ver as pessoas de quem gosto, felizes.
gosto de ver pessoas que merecem, felizes.
e as pessoas têm é que batalhar pela felicidade que querem ter, com todo o trabalho, cansaço, chatices e coisas que tais que isso possa implicar.
mais do que uma tarde entre amigas, foi o testemunho real e sincero, da felicidade em estado puro.
quanto à casa, é absurdamente bonita e nada mais há a dizer.

























 e por último, o tecto da cozinha...



quarta-feira, 9 de março de 2016

a virtude

ainda a propósito do dia de ontem, que foi aquele em que se celebrou o dia da mulher, tenho a dizer que não há celebrações pontuais que possam fazer justiça à condição feminina.
como disse Simone de Beauvoir, não se nasce mulher - a menina, a rapariga, a mulher, torna-se mulher. Aqui está implícito o sentido lato e imensamente abrangente do estatuto daquela capaz de trazer a vida ao mundo e, enaltecendo de forma íntegra o seu potencial e qualidades, basicamente só não consegue aquilo por que não luta.
desculpem-me homens, mas é mesmo assim.
nasci no feminino e torno-me cada vez mais mulher, como se sorvesse avidamente desse orgulho pouco dissimulado, a  cada dia que passa.
abandono em parcelas infinitesimais o toque pueril da miúda que fui, tendo por pilar jamais perdê-la de vista.
ser mulher não se resume a passar um dia inteiro nas compras, cabeleireiros e manicures, porque a virtude não está nos apetrechos que adornam, mas na maturidade que faz crescer e fazer das adversidades, não mais que meras questões a serem resolvidas.
é com orgulho, neste ponto em que me encontro: na fase em que nada se vislumbra muito facilitado.
posto isto e acrescentando a dose razoável de necessária resiliência, resta-me dizer o seguinte:

tenham dias em grande, mulheres.
E caso não os tenham, lutem por eles.



terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

genial no mínimo



é apaixonante e muitíssimo bem escrito.
foi assim que eu respondi ao rapaz na caixa da loja, enquanto ele registava a minha compra e simultaneamente me perguntava o porquê deste livro, desta autora.
são quatro livros, na realidade.
são duas amigas, cujo enredo as acompanha ao longo da vida.
e que vidas. e que enredo.
daí quatro livros não ser de todo exagerado.
é uma saga daquelas à grande e à italiana e o efeito que surte em mim, é exactamente o efeito que um amante de leitura pretende: pensar no livro, mesmo quando não o está a ler.
estou a acabar o segundo e já estou a pensar no terceiro e se o tempo mo permitisse, com toda a certeza já teria lido todos.
portanto, nos próximos tempos a minha mais certeira recomendação no que a leitura diz respeito, será sem dúvida Elena Ferrante e a saga engenhosamente escrita da "Amiga Genial".
e que genialidade.  

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

ideologias







"foi tudo um equívoco:

acreditava que queria ser poeta, quando no fundo o que eu queria era ser poema."

Jaime Gil de Biedma




 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

se se funde na pele, é porque vale a pena







não sou apologista de coisas irreversíveis se não valerem de facto a pena, se bem que hoje em dia, das coisas irreversíveis já são poucas as que rezam história.
sou apaixonadamente firme nas decisões que tomo na vida, mesma naquelas que por vezes me dão conta da sua vulnerabilidade.
sou de palavras, das escritas em particular.
sou de fé, sou de alento.
sou de sonhos e de desejo.
um dia saio à rua e faço uma tatuagem: ontem foi o dia.
doeu, mas valeu a pena.

mas vendo bem as coisas, tudo o que vale a pena tem a sua quota parte de dor.

dum spiro, spero  = >> as long as I breathe, I hope.

e se me fica impregnado na pele, é porque já valeu a pena.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

blue monday

já andavam a apregoar que hoje seria o dia mais triste do ano, a blue monday.
eles disseram que sim, os senhores que, insuflados pela teoria da tanga, vêm impôr no calendário a tese de que a alegria e a tristeza também obedecem a datas e parâmetros convencionais.
pois bem meus senhores , pródigos a institucionalizar até as folhas que voam com o vento, tenho-vos a dizer que as convenções não são nada a minha cena, ok...?
aliás, tenho para mim que a institucionalização e as convenções às vezes só vêm estragar o que só por si já era bonito, de tão singelo e anti-constitucionalizado que era.
se calhar sou anárquica.

pois bem, tenho a dizer que a blue monday foi uma excelente segunda-feira para mim, regada a belos prazeres, sendo um deles o cinema.
"A Rapariga Dinamarquesa" estava na minha forja de desejos cinematográficos há já uns meses, quando vi pela primeira vez o trailer. Interpretação fenomenal de Eddie Redmayne, que tanto nos mostra ser capaz de incorporar a doença de Stephen Hawking, em "The Theory of Everything", como revela ser perfeito para desempenhar a ansiedade e a angústia de uma alma a viver num corpo errado, neste "The Danish Girl". E em ambos, são histórias esmagadoramente verídicas.
Sublime.

ah. e também tive direito a sushi. só coisas tristes, portanto.  
querem um conselho..? é não dar ouvidos às teorias de tudo e para tudo e, fazer dos vossos dias a singularidade que eles merecem.
Convenções à parte, claro. :)






sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

people are strange (parte dois)







eu até percebo quem não goste do azul, eu até compreendo quem não goste de viajar, tal como respeito quem diz não gostar de chocolate.
respeito, mas não percebo quem diz não gostar de ler.
respeito quem não adira ao prazer de uma tarde de chuva passada no aconchego de uma manta.

mas jamais compreenderei quem diz não gostar de música.

não percebo.
porque toda a gente gosta de música, certo...? as preferências musicais é que variam, não é assim...?

mas eu há dias li alguém dizendo que não gostava de música e eu fiquei absorta neste pensamento, tão absorta quanto a minha incapacidade em compreende-lo ou sentir-lhe indiferença.
é tipo como tentar imaginar o que existe depois da morte, ou o que há para além do cosmos.
é o vácuo, a impossibilidade, a indagação sem resposta possível, é a indignação.
eu acho que alguém que vive sem se fazer acompanhar por uma banda sonora, seja ela qual for, é tão absorto e desprovido de cor, tal como a sua própria falta de gosto por música.

sorry, mas este espaço é meu e eu digo o que penso.

e ultimamente tenho apanhado overdoses de música : Smashing Pumpkins, Audioslave, Pearl Jam, Peter Murphy, David Bowie, Radiohead, Jacques Brel and so on.



segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

há os que cantam e depois há os outros












dei cabo de um leitor de vhs, só por causa das tantas vezes que rebobinei o Absolute Beginners.
a Dancing in the Street, dava-me cabo da quietude do corpo.
a Under Preassure sempre me pareceu ser das sintonias mais perfeitas (Mercury / Bowie), alguma vez realizadas.
o Heroes leva-me às lágrimas, remetendo-me sempre para a Zoo Station, de Christiane F.

isto para dizer que já houve muitos a cantarem, mas são tremendamente poucos os que revolucionam a História.






 

sábado, 9 de janeiro de 2016

da violência





desculpem-me porque o assunto é pesado, mas tenho necessidade de lhe dar forma aqui.
as palavras não servem só para dizer coisas bonitas e adjectivos floreados à vida.

because shit happens.

nos últimos dias tenho notado que as notícias dão conta de um chorrilho contínuo de vítimas de violência doméstica. A certa altura dei por mim a questionar-me quantas vezes é que a comunicação social estaria a falar da mulher que havia sido decapitada, mas afinal  não era a mesma mulher.
já era outra.
e no dia a seguir mais outra.
e para além do óbvio que choca e que fala por si, revolta-me o facto de vir ao de cima que a vítima fez queixa mais do que uma vez na polícia.
isto inevitavelmente remete-me para, por exemplo, quando há uns bons anos atrás eu tive um fulano em pleno comboio da linha de Sintra, a ser descaradamente um estupor perante a minha pessoa, isto perante uma plateia, não cheia, mas considerável de outros passageiros que ali estavam e ficaram, a fazerem de conta que não viam nem ouviam, à laia do  não é nada connosco, é deixar andar.
felizmente tive a astúcia necessária para que o episódio não me marcasse mais do que esta amarga lembrança.
mas isto para dizer que vivemos numa sociedade que prefere ignorar aquilo que sabe que está a acontecer e que é grave, ao invés de agir de acordo com a sua consciência, ímpeto moral e poderes concedidos.
parece-me que as queixas destas mulheres estarão a ser pouco valorizadas, negligenciadas, caso contrário o desfecho fatídico seria evitado...ou estou errada?
há dias encontrava-me dentro de um prédio, onde proliferavam os berros guturais de um homem.
aquilo não era discussão, era um processo de destilação de ódio. A dada altura ouvi uma ténue voz feminina, a quem aparentemente não era dada permissão para falar mais alto.
era um casal e havia uma criança.
não me venham falar que para uma relação evoluir de forma saudável, é preciso discutir, tal como li algures recentemente.
o que é preciso é conversar, com mais ou menos exaltação, mas é conversar, é argumentar pontos de vista, opiniões, atitudes, é fazer sentir ao outro que consigo estará protegido e não, ameaçado.
o medo de viver corrói a própria vida, e a pessoa em vez de existir, vai sobrevivendo.
a violência doméstica é um cancro da sociedade e muitas vezes as vítimas sobrevivem, incógnitas, através de gritos mudos.
e as pessoas têm de uma vez por todas de parar de pensar que o que é mau só acontece aos outros.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

as inexplicáveis melancolias

não gosto de Janeiro. Não sei explicar porquê, mas eu e esta altura do ano nunca fomos amigos inseparáveis.
há um misto lúgubre de cinzento e tristeza nestes primeiros dias, como se o êxtase das festas ainda em fase de rescaldo caísse lá em baixo tal bola de chumbo, como se tudo aquilo que há de menos bom a acontecer durante um ano inteiro, acontecesse precisamente em Janeiro.
na verdade, só começo a gostar do ano a partir de Março, quando parece haver uma mão cheia de sementes auspiciosas no ar.
e isto é um sentimento estranho, que me incomoda, principalmente porque se já tive muita coisa desagradável a acontecer em Janeiro, também me lembro de coisas boas e positivas a acontecerem-me noutros Janeiros.
sei lá, são desabafos e os desabafos são como as opiniões:
valem aquilo que valem.

entretanto apaixonei-me por isto

whatever.
são melancolias típicas dos recomeços.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

mais poesia por favor



não há melhor forma de recomeço, do que fazer algo que se gosta, estar com quem mais se gosta, rodeada pelo que mais gosto.
não há melhor forma de recomeço, do que acordar com a chuva e o vento na janela, a lembrarem que apesar de tudo é inverno e que a primavera dos dias somos nós que a trazemos até nós.
bebi com a moderação que me satisfez, mas começo o ano a embriagar-me nas palavras que me sustêm a alegoria dos momentos.
quero-as tanto.
muito.
e ouvi dizer que quando se quer assim tanto, as coisas acontecem por bem.

hoje é o primeiro dos dias e, tal como todos os recomeços sinceros, só quero que venha por bem.